Dos livros de Lucky Luke aprendi que o herói solitário nunca ficava para a festa. A última imagem desses livros, era o cow-boy em cima de Jolly Jumper entoando a sua música: "I´m just a poor lonely cowboy(...)" Não a conseguindo encontrar, coloquei a imagem da contra-capa para que não restem dúvidas: livro fechado, a Escrita Irregular acabou! O blogger voltará em breve num outro formato, conforme avançado num comentário anterior. Resta-me agradecer aos leitores, comentadores e demais interessados o tempo dispensado, esperando ter contribuído para a sua felicidade. Até breve.
- Fim!? - sim!? - escreveste a palavra fim e logo acrescentaste “à vista”. - ah, é sobre isso. - é tudo o que tens a dizer? - é! - vais terminar a escrita? - não, vou suspende-la. - tipo “dar um tempo”, como os jovens namorados? - mais ou menos. - não fiques com meias palavras, explica-te. - existem motivos para não querer continuar. - tempo? - esse arranja-se. - então? - é mesmo motivação! Por vezes sinto-me invadido por escrever. Exponho demasiado a minha vida. - protege-te. Não será o teu pensamento partilhável? - não me parece. Vivo em constante contradição. Entro o que faço e o que gostaria de fazer. - onde vives e gostavas de viver? - claro. Entro o que escrevo e o que gostaria de escrever. - Entre quem te lê e quem gostarias que lesse. - certíssimo. - e por isso terminas? - este desafio permanente, leva-me a que não goste disto. prefiro ficar esquecido num canto. - o que vais fazer? - pedir desculpa por acabar. - serão aceites? - claro, o propósito foi atingido. Existem mais pessoas com blogs e foi criada uma dinâmica curiosa em termos de comentários, entre bloggers. O meu não irá fazer falta. - serás criticado. - não. O tempo e este espaço são meus. - e os leitores? - terão que compreender. - vais continuar a escrever? - sim, no papel e algures por aqui. - fechas de vez? - já te disse que não! - posso fazer-te uma pergunta? - oh pá, já te disse que não vou escrever sobre a actualidade. Que chato! - enganas-te, o que eu queria saber, é como vai ser o post da interrupção? - como vai terminar? - isso. - Assim. - Não pode. Assim, acabou o Javier Cercas o seu livro. - Pois é!! Já sei, depois vês. - E quando? - Brevemente.
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Idade da Inocência (4)
No Calvin & Hobbes existia uma fórmula que adorava, os pais do Calvin não tinham nome, eram apenas pai e mãe. Uma inspiração em Shultz, já que os adultos dos Peanuts não tinham voz clarificada, nem apareciam do tronco para cima. Na escola dos meus filhos, para os outros miúdos, sou apenas "Pai do Manel" e / ou "Pai da Luisinha". Um tratamento despersonalizado que me atira e enquadra dentro das tiras de BD, sendo obviamente do meu agrado. É bem melhor do que ser o Sr. Doutor, como muitos adultos se me dirigem, ou então o Sr. Rui, este menos aplicado e que não consigo encaixar, ou melhor, tenho dificuldade. Podia discorrer algumas linhas sobre os nossos vários mundos e os tipos de relacionamento que proporcionamos aos outros. Divagando sobre os pontos de interesse comuns num determinado contexto, extremamente diferentes de outros mas, nos quais nos sentimos bem. Poderia mas, não o vou fazer. Prefiro apenas dizer (escrever com o teclado) que adoro ouvir um puto dizer-me: Olá Pai do Manel!!! Fico feliz. Fica-me bem esse nome, essa qualidade, esse papel ausente de outra responsabilidade social e, no entanto, pleno de importância.
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domingo, dezembro 10, 2006
Ainda Sepúlveda
Rica manhã para ler o Chileno. Páginas e páginas sobre o ditador e nesta tarde chega a notícia da sua morte. Como terá dito Luís Sepúlveda, infelizmente morreu. Ficou por fazer a vingança. Será mais fácil agora proceder-se à reconstituição histórica dos seus actos e descobrir a origem da sua fortuna? Penso que sim, em breve serão conhecidas e formuladas importantes revelações. O Chile liberta-se do fantasma. Vejamos agora como questionarão a história e como viverão finalmente em democracia, sem senadores controladores. O Chile é um bom exemplo do que é a ausência de justiça num País. Será que algum dos juízes manipulados ainda exerce nos dias de hoje?
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Luís & Sofia
O fim de semana fora de casa resumiu-se a um dia. O mau tempo, a necessidade imperiosa de comprar as prendas de Natal e o aniversário de casamento dos responsáveis por eu estar aqui, encurtaram a visita ao Alto Minho a um dia. Com algum Frio! Húmido, terrível para o corpo. Pelo meio, oportunidade para finalmente perceber por que é que o Expresso esgotou, quando lançou o primeiro DVD grátis, na série que acompanhou o lançamento do Sol. Nesse fim de semana, devido ao novo "look" também andei à procura do Jornal. Estava esgotado em todo o lado. Em Maceda, na bomba de gasolina lembrei-me de perguntar à mocinha pelo Jornal. "Está esgotado, desde ontem ao almoço (já era Domingo). Sabe trazia um filme muito bom e as pessoas não quiseram perde-lo." Não sabia qual tinha sido o filme e nem procurei saber. Este fim de semana, tive acesso à micro-colecção do Expresso e fiquei de boca aberta. Não pelo filme, "Lost in Translation" de Sofia Coppola- que é muito bom - mas, pelos conhecimentos cinéfilos da empregada da bomba de gasolina. Lembrei-me da história de Luís Sepúlveda, que ao entrar em Portugal, um homem do aeroporto, ao reconhecê-lo pediu-lhe um autografo, para o filho, seu leitor compulsivo. O chileno continua a lançar livros, sem escrever como escreveu. Hoje, acordei cedo e despachei o seu último livro "O poder dos sonhos" logo pela manhã. Num país outrora de analfabetos, hoje é digno contar-se a história do guarda alfandegário ou da rapariga de Maceda. Exemplos de uma sociedade em mudança, onde o bom gosto é algo raro e temos dificuldade em encontra-lo.
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Ministry of Silly Walks
quando vi isto a primeira vez (sei lá, há uns 20 anos!?), ri-me como o som da gargalhada que se ouve de fundo. Adorava rir-me de forma excêntrica, no entanto, com o tempo fui-me tornando mais moderado. Sempre que vejo os clássicos dos Monty Python, perco-me, emito sonoras gargalhadas, como se fosse a primeira vez. Isto é a origem de todos os humoristas que eu aprecio.
¶ 00:230 Comentários
She's gone And it's quiet now Took her mother with her Left town Took her mother's eye Stole her mother's heart It's a compromise
We nurture that part and she's gone Says she can walk now Says she can walk now Seen her walking She totters and falls And when I'm not looking Leans onto the wall And she'll hold on to me only when she wants And she'll fall and be up again It's part of the fun But she's gone Thinks she can walk now Thinks she can walk now Thinks she can walk
She's gone And it's quiet now Took her mother with her Left town Took her mother's eye Stole her mother's heart It's a compromise
We nurture that part and she's gone And it's quiet now Took her mother with her Left town
sem palavras
Fiquei sem palavras após o 1º golo do MU. Até estava a correr, que belo golo Nelson!!! O curioso é que no final do jogo, o treinador até resumiu bem o jogo. Eu que não percebo nada de futebol, percebi tudo o que ele disse. De que serve? Não entendo como é que uma equipa a ganhar, a trocar a bola de repente esvazia-se, comete faltas atrás de faltas e começa a praticar derrube de mecos dentro da área. No 1º golo (frango do Quim, diga-se também que fez uma boa exibição) caiem ao chão 3 jogadores do SLB, um deles, Luisão, tropeça em Léo. No reatamento, a mesma toada, bolas atiradas para a frente, sem organização nenhuma de jogo. Fixei uma bola do Quim, em que coloca a bola ao pontapé para a frente, a bola sobra para um marmanjo do MU e em dois toques está na área do Benfica de novo. Quando vi isto, pensei chapa 3! Assim foi... é pena. Durou meia-hora o propósito e continuo a acreditar que o Benfica era a equipa mais forte do grupo. Pior organizada e com um péssimo arranque, que se revelou fatal. Voltamos a falar de futebol em Fevereiro.
¶ 22:442 Comentários
terça-feira, dezembro 05, 2006
o bilhete
No departamento trabalhava ela e mais 7 homens. Esta singularidade permitia sempre a analogia com a história infantil. Esta Branca de Neve era mesmo a “mais bonita” da empresa. Não havia espelho que se enganasse. Os colegas adoravam-na, claro. Passar o dia no gabinete em tão boa companhia era maravilhoso. Ela tinha estabelecido um código de respeito com eles. Ninguém dava um passo fora do trilho profissional e mantinham uma relação de camaradagem perfeita. É certo que todos a cobiçavam pois, aliava beleza com perfeição corporal. Todos procuravam ser simpáticos, era sempre servida de café e pequenos biscoitos, uma gentileza que agradecia e tentava retribuir da melhor forma. Uma ajuda a um colega mais atrapalhado com o expediente, nunca era negada e os rapazes por vezes, até lhe pediam para os inspirar. O director de serviço, manhoso, solicitou-lhe para chegar 5 minutos mais cedo e sair mais tarde, outro tempo igual, desta forma dizia ele “consigo que esses gajos cheguem antes de si e saiam depois”. Todos esperavam a sua entrada e saída para vê-la passar. É evidente que durante o dia também se levantava mas, aquela passagem pela porta e o percorrer do acesso tinha um valor superior a qualquer outro momento. À saída quando se levantava, tinha um ritual de sensualidade que deixava os colegas loucos. Como se estivesse em privado, ajeitava as calças – quando optava por estas, naquele jeito feminino de puxar num lado da anca, alteando o respectivo peito e em seguida o outro lado. Olhava em redor e via os 14 olhos fitando-a, sorria e dizia “até amanhã”. Uma manhã, ao chegar à secretária viu um envelope em cima desta, com as inscrições ”para ti”. Ficou furiosa, perguntando ofendida “quem colocou isto aqui?”, quase todos se intrigaram. Olhavam uns para os outros para descobrirem o culpado de tamanha ousadia. O código de ética no gabinete estava a ser violado. Quando se preparavam para apontar o dedo ao culpado, uma forte gargalhada interrompeu-os. Era ela divertida com um bilhete em formato A6 na mão. E ria-se, sem dizer palavra. A certa altura, olhando para o autor da proeza, perguntou-lhe “como é que conseguiste isto?” e chamou-os a todos para partilhar o bilhete. Tratava-se do recado, em original, do treinador para o Simão, indicando-lhe a táctica com a entrada de um dos suplentes.
(contributo para o 2º mês do blog - espere que ninguém fique corado(a) a ler isto)
¶ 12:437 Comentários
segunda-feira, dezembro 04, 2006
USF
A saga do fecho das urgências parece estar a chegar ao fim. O ministro cede um pouco, afinal fecha as urgências dos hospitais pequenos à noite. Muitos vão gritar vitória, por esta pequena cedência, outros não vão aceitar, fazendo ruidosas manifestações. Muitos centros de saúde, novos, com instalações recentemente inauguradas não se irão reconverter em USF. A razão é simples, a quem dirige esses espaços não lhes apetece. É curioso, não é? Assim como as afirmações que, as principais idas ao Centro de Saúde são pela procura de receitas para vendas suspensas na farmácia. Não haverá uma moderna solução, para descongestionar os centros de saúde?
¶ 23:550 Comentários
Boa semana de trabalho
... desta forma, iniciava um ex-colega (economista) as segundas de manhã. Um entusiasmo, logo cedo, que procurava contagiar os outros. A cabeça ainda estava de fim de semana e ouvir aquelas palavras fazia-nos pensar na árdua tarefa de vencer a semana que se iniciava. Esta é curta mas, difícil. Vamos a isso!
¶ 11:322 Comentários
domingo, dezembro 03, 2006
por água abaixo
O outro lado da vida familiar já experimentei muitas vezes. Cheguei várias vezes a proferir que tinha perdido a identidade, sobretudo, depois do nascimento da Luisinha, algo que muitos não queriam entender. Entretanto, tudo passa. Podemos obter de novo bons momentos, após a devida adaptação. Os tempos livre são passados entre os projectos familiares e pessoais, claro está, com as respectivas incursões pelos cinemas para ver os filmes da pequenada. Hoje foi a vez dos divertidos ratos em ... Por água abaixo.
¶ 20:540 Comentários
sábado, dezembro 02, 2006
A caminho de Viseu
Tarde passada na cidade de Viseu, a pedido do Manel. Algumas palavras começam a ser lidas: "Pureza", "Museu, "Viseu". A primeira foi uma surpresa, claro.
Passeio pelas ruas pedonais com o comércio tradicional a fazer pela vida.
Filho de católicos e pelos vistos... pai de católicos. Visita à Sé Catedral, um assombro de construção em pedra, retirei isto de um site da cidade: "Mas o que verdadeiramente é interessante nesta catedral portuguesa é o interior e mormente a original abóbada onde as nervuras em feitio de cruz são admiravelmente trabalhadas na pedra como se fossem uma grossa corda com um nó a meio, atributos náuticos muito ao estilo manuelino, que conferem ao conjunto uma fina elegância. Os fechos das abóbadas são rematados por florões em pedra da Ançã que ostentam as divisas de reis e brasões de bispos, nomeadamente o de D. Diogo Ortiz, Bispo da cidade, astrólogo a quem se deve a iniciativa desta obra terminada em 1513."
Não é nenhum colosso Europeu mas, se à Sé Catedral retirassem a madeira dos bancos e a alcatifa do chão, deixando todas as lajes à mostra, na zona central, tornava o local de culto num extraordinário monumento.
¶ 19:570 Comentários