- Fim!?
- sim!?
- escreveste a palavra fim e logo acrescentaste “à vista”.
- ah, é sobre isso.
- é tudo o que tens a dizer?
- é!
- vais terminar a escrita?
- não, vou suspende-la.
- tipo “dar um tempo”, como os jovens namorados?
- mais ou menos.
- não fiques com meias palavras, explica-te.
- existem motivos para não querer continuar.
- tempo?
- esse arranja-se.
- então?
- é mesmo motivação! Por vezes sinto-me invadido por escrever. Exponho demasiado a minha vida.
- protege-te. Não será o teu pensamento partilhável?
- não me parece. Vivo em constante contradição. Entro o que faço e o que gostaria de fazer.
- onde vives e gostavas de viver?
- claro. Entro o que escrevo e o que gostaria de escrever.
- Entre quem te lê e quem gostarias que lesse.
- certíssimo.
- e por isso terminas?
- este desafio permanente, leva-me a que não goste disto. prefiro ficar esquecido num canto.
- o que vais fazer?
- pedir desculpa por acabar.
- serão aceites?
- claro, o propósito foi atingido. Existem mais pessoas com blogs e foi criada uma dinâmica curiosa em termos de comentários, entre bloggers. O meu não irá fazer falta.
- serás criticado.
- não. O tempo e este espaço são meus.
- e os leitores?
- terão que compreender.
- vais continuar a escrever?
- sim, no papel e algures por aqui.
- fechas de vez?
- já te disse que não!
- posso fazer-te uma pergunta?
- oh pá, já te disse que não vou escrever sobre a actualidade. Que chato!
- enganas-te, o que eu queria saber, é como vai ser o post da interrupção?
- como vai terminar?
- isso.
- Assim.
- Não pode. Assim, acabou o Javier Cercas o seu livro.
- Pois é!! Já sei, depois vês.
- E quando?
- Brevemente.