Luís & Sofia
O fim de semana fora de casa resumiu-se a um dia. O mau tempo, a necessidade imperiosa de comprar as prendas de Natal e o aniversário de casamento dos responsáveis por eu estar aqui, encurtaram a visita ao Alto Minho a um dia.
Com algum Frio! Húmido, terrível para o corpo.
Pelo meio, oportunidade para finalmente perceber por que é que o Expresso esgotou, quando lançou o primeiro DVD grátis, na série que acompanhou o lançamento do Sol.
Nesse fim de semana, devido ao novo "look" também andei à procura do Jornal. Estava esgotado em todo o lado. Em Maceda, na bomba de gasolina lembrei-me de perguntar à mocinha pelo Jornal. "Está esgotado, desde ontem ao almoço (já era Domingo). Sabe trazia um filme muito bom e as pessoas não quiseram perde-lo."
Não sabia qual tinha sido o filme e nem procurei saber. Este fim de semana, tive acesso à micro-colecção do Expresso e fiquei de boca aberta. Não pelo filme, "Lost in Translation" de Sofia Coppola- que é muito bom - mas, pelos conhecimentos cinéfilos da empregada da bomba de gasolina.
Lembrei-me da história de Luís Sepúlveda, que ao entrar em Portugal, um homem do aeroporto, ao reconhecê-lo pediu-lhe um autografo, para o filho, seu leitor compulsivo. O chileno continua a lançar livros, sem escrever como escreveu. Hoje, acordei cedo e despachei o seu último livro "O poder dos sonhos" logo pela manhã.
Num país outrora de analfabetos, hoje é digno contar-se a história do guarda alfandegário ou da rapariga de Maceda. Exemplos de uma sociedade em mudança, onde o bom gosto é algo raro e temos dificuldade em encontra-lo.