escrita irregular
quinta-feira, junho 14, 2007
  viver no campo (2)
A opção de viver no campo, na Aldeia, retira-nos alguns hábitos urbanos, pela ausência de equipamentos e de áreas adequadas. Oferece-nos outras possibilidades, das quais o sossego e o contacto com a ornitologia são as principais vantagens.
Depois da invasão do morcego, da visita do “falcão”, dos dois corvos, dos milhafres, das dezenas de pombos parados no fio eléctrico, além das andorinhas com as suas belas cores, pardais, melros e rolas (claro!), a melhor demonstração da beleza da natureza estava reservada para a noite.
Os voos nocturnos de uma coruja são usuais nas traseiras da casa. Um manto branco passa pelo ar, criando a sensação estranha de ver um vulto a rasgar o céu, em horas de lua. Caçadora nocturna por excelência, ajuda-nos a manter afastados de casa rastejantes peludos de cauda comprida.
Numa destas noites, na separação da propriedade vizinha com a do condomínio, a coruja posiciona-se em cima de uns esteios de cimento, observando o campo pronta para caçar. Para gáudio da pequenada, imitei o silvo da águia (esse animal sagrado), o som mais temido no campo. A coruja roda a cabeça 180º olhando à procura desse seu predador. Permaneceu quieta não sentindo perigo. Depois atacou pelo campo fora.
Noutra estive na varanda vendo as suas incursões pelo campo, ouvindo o forte barulho das suas asas, quando pretende ganhar velocidade para apanhar a presa. Durante todo esse período passou perto da casa três vezes, ia e vinha, deslocando-se em silêncio absoluto. Da última vez, depois de uma batalha vencida, arrancou passando mesmo por cima da varanda lá de casa.
É curioso como os animais adaptam o seu habitat natural à existência de humanos. Para esta coruja, todas os elementos humanos foram aproveitados para esconderijo, preparação de armadilhas e oportunidade de caça. Se fosse uma espécie protegida, além de ninguém a ver, era impossível construir nas imediações deste seu habitat. Perdia eu com isso, pois não teria a oportunidade e o deleite destas observações ornitológicas.
 
Comentários:
Se eu pudesse viveria no campo (ainda hei-de conseguir). Sempre me habituei ao contacto com a natureza e mesmo vivendo na cidade, foi quase sempre na periferia e não no centro.
O silêncio que só é interrompido pelos sons da natureza, o ar que se respira, os cheiros que se espalham, tudo isso, representa uma qualidade de vida que cada vez +e mais difícil encontrar. Muito melhor do que qualquer plasma ou telemóvel 3G.
O canto dos pássaros são música para os nossos ouvidos que a toda hora empestados de ruído incómodo.
O Chico Buarque inspirava-se no som destes bichos, os sabiás, por exemplo, para fazer as suas composições, lá no brasil, onde há pássaros dos mais variados e engraçados feitios, nomes e sons.
Em Arada, vejo que a amostra é muito rica e variada também, e que o convívio com a passarada promete muita aventura.
E que tal umas fotos dessas espécies para aqui os urbano-depressivos, contemplarem (a coruja com night shot ...).
 
vou tentar, vou tentar...
 
Eh pá, isso aí é onde começa a reserva natural da Ria de Aveiro, não é ??
RB e tu vives quase em plena 5.ª Avenida, não é?
Eu por cá, em Macieira terra do Conde de Cernache, é só Pêgas e o apito dos columbófilos às 7 da manhã de cada sábado e ao fim da tarde de domingo. É um must que só visto.
 
e enquanto isto num outro local desta península....
outra fauna se levanta...
http://www.lavanguardia.es/lv24h/20070613/51361910930.html

aguardam-se comentários... (do blogueiro e comentadores residentes)
 
caro paulo, muita gente de girona, vai passar a fazer negócio nocturno... e sempre acrescentam uma t-shirt ao guarda-fatos!
 
RG,
a tua casa está a tornar-se um verdadeiro parque ornitológico.
A sã convivência dessas espécies com os humanos é tb reveladora da adaptabilidade da natureza e dos seus instintos, embora considero a preservação de habitats naturais sem a presença do Homem fundamentais para a manutenção do que a natureza tem de mais puro.

RB,
um dos músicos que mais se inspirou no canto dos pássaros foi O. Messiaen, um dos grandes compositores franceses do séc. XX, e que além de organista e compositor era também ornitólogo.

ofthewood,
pêgas e apitos, que cenário encantador.

Caro Rocha,
o link que referes já não se encontra online, pelo q não me posso pronunciar.
1 grande abraço a todos
 
onde o rocha queria chegar era aqui:
www.lavanguardia.es/lv24h/
20070613/51361910.html (tudo seguido)
 
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