Tudo o que fiz, sempre dei a cara.
Depois de uma adolescência errante, baseada na crença absurda no chavão "NO FUTURE" gritado por Rotten, cheguei à idade adulta com uma série de experiências mal sucedidas - típicas dos verdes anos -, que condicionaram por algum tempo a minha vida.
Para arrepiar caminho, entendi que era necessário alterar a forma superficial como até então abordava os assuntos. Descobri a necessidade de aprofundar conhecimentos, alargando-os. Dediquei-me mais a projectos colectivos e individuais, com o propósito de os enfrentar de forma séria e responsável.
Sempre que começo algum novo projecto, tenho uma certeza: jamais será para sempre. Essa ideia de eternidade, envelhece-me e assusta-me. Por isso, poucos são os interesses extra familiares, eternos da minha vida. Algo, das palavras de ordem ouvidas por vinil no passado, ficou a mexer por aqui.
Por herança genética, várias vezes afirmo "nunca mais lá vou", "nunca mais cá venho" e tento cumprir o mais possível estas promessas momentâneas.
Esta forma de estar, que muitos entendem como radical (embora não seja) cria uma dualidade, que pode passar do estado de encanto para o desencanto fácil.
A escala de tempo é variável. Normalmente, o interesse por algo “completamente diferente” dura um ano, dois anos no máximo. Depois fecho, saio, interrompo algumas vezes e termino com o que estava a fazer.
Não olho para trás. Às vezes esqueço-me, até, do que já passei em termos profissionais (
por motivos misteriosos, tenho permanecido estável, neste campo, embora não entenda porquê) e quando tenho que partilhar experiências, fico boquiaberto com as minhas.
Lapsos normais de quem vive pouco preocupado com o futuro.
A ideia de blogue surgiu, como já expliquei, por um desafio lançado. A própria possibilidade de existir neste espaço magnífico, a possibilidade de comunicar com várias pessoas foram sedutoras e por isso, continuei até aos dias de hoje.
Sinto agora, apesar de todas as palavras de incentivo e consideração recebidas, que está na hora de parar.
Por muito que me reconheçam o jeito, elogiem os escritos “marginais” publicados, as ideias, a forma criativa, não me sinto capaz de continuar. Tenho pouco à vontade com a escrita, vocabulário reduzido. A fluidez dos dedos no teclado, por vezes, é custosa e para não me maçar, nem incomodar os outros, vou procurar outros caminhos.
Mantenho a ideia de continuar a escrever para o jornal da terra. O que entra também dentro daquele campo de dualidade que me caracteriza. Neste caso, a privacidade e a exposição pública.
Fecho um ciclo, mantenho outro mais antigo. É para as páginas do jornal que me vou dedicar por agora. Sei que a probabilidade de ser lido é maior. A capacidade de ser entendido é menor.
(A facilidade com que entro em duplicidades é fantástica.)
Agradeço toda a atenção que tiverem. Como podem compreender, não posso dizer o habitual “Até sempre”.
Nota: À hipótese de continuar até o SLB ser campeão, respondo com o contrário, só volto quando o SLB for campeão (com um postisinho alusivo, claro).
Subscrever
Mensagens [Atom]