Mofo
Nos
comentários ao meu post Pingue - Pongue, gaspas utilizou a expressão "Mofo", relativo a vários assuntos abordados pelo Dr. Renato Figueiredo.
Acontece que o problema do mofo não é por causa do Dr. Renato mas, pela inércia do executivo Camarário que teima em escolher outras prioridades na cultura local.
O artigo dissecador do estado da cultura em SJM, aponta 3 aspectos curiosos:
- o inexplicável estado do património municipal, em concreto 3 edifícios AM, CA e Quinta dos Condes;
- a incoerente falta de apoio ao Concurso de Música Florinda Santos;
- o desinteresse em se estudar o contributo social de empresas emblemáticas da cidade como a Oliva e Molaflex. Ao que eu acrescentaria o interesse industrial, mais no aspecto técnico da metalomecânica.Qualquer acólito do actual Executivo contrariava estes argumentos com a obra, entretanto feita, como é apanágio geral da cidade:
- a abertura do Museu da Chapelaria;
- a abertura dos Paços do Concelho;
- o lançamento da Poesia à Mesa (é assim que se chama, não é?);
- e o prémio literário / poesia;(
A isto acrescentava, o incentivo para a instalação de 5 salas de cinema na cidade e claro, a mãe de todas as obras, o grande projecto o "Centro de Artes e Espectáculos", em que se vai transformar o Cine Imperador.)
Sem querer desarmar estes últimos argumentos, que facilmente o seriam, em especial, pela péssima programação cultural associada, sobretudo, no Auditório dos Paços do Concelho, permitam-me que me refira a um aspecto concreto:
- que importância tem a Cidade de SJM no panorama cultural da região onde está inserida?
- ou dito de outra forma, que importância tem a cultura no panorama da Cidade de SJM?Perante este desmascarar de falsas políticas culturais, observa-se que existem na cidade, dois tempos, duas perspectivas de encarar a cultura:
- temos, por um lado, as actividades que já existiam antes da chegada ao poder do Sr. Presidente da Câmara, que eram apoiadas, embora já na altura se reclamassem melhores instalações, ou no caso do CA, restauro.
- por outro, temos as "obras feitas" pelo actual executivo.
Nesta dualidade, consegue-se compreender a mentalidade do actual Presidente da Câmara Municipal: antes de mim e depois de mim.
Que papel cabe à população? às instituições que servem a cidade? cair na graça ou ser engraçado!
Neste processo todo, temos o Coro de Câmara de SJM. Apresentado durante alguns anos como a
"jóia da coroa" da cultura local, sempre presente em iniciativas municipais, ou até partidárias (como na campanha eleitoral de 2001). Por motivo de afastamento do antigo maestro, amigo do Presidente da Câmara, o Coro passou para o outro campo, dos desgraçados, passando a receber escassos apoios pontuais e a ser retirado da montra local.
Por insistência e perseverança dos seus membros, o Coro manteve-se e hoje é reconhecido, tendo voltado a actuar em dias de comemorações municipais.
Este exemplo é típico do caciquismo político nacional, premiar os amigos ou protegidos e tardar em reconhecer o mérito.
Por incrível que pareça, este não será o artigo para o Jornal Labor desta semana.
Provavelmente sairá um outro, sobre outro assunto, sem interesse nenhum em particular. Divulgarei na 5ª-feira