escrita irregular
terça-feira, outubro 16, 2007
  Tanta coisa, tanta coisa...
e ao fim de dois anos, já se fala em descongelar salários e em progressão na carreia dos funcionários públicos.
o valor efectivo do défice das contas públicas é precisamente o mesmo que em 2004, só que naquela época havia receitas extraordinárias, agora existem extraordinárias receitas.
0% ou mesmo valor positivo das contas públicas, será algo assim tão difícil de concretizar? Os nórdicos, os espanhóis fazem-no e vivem bem melhor do que nós.
 
Comentários:
É evidente que a redução tão surpreendente (lembro que os economistas diziam que reduzir 1% do défice num ano era algo imepnsável) se deve sobretudo ao crescente aumento da receita fiscal.
No entanto, este governo fez alguma coisa pela despesa ainda que alguns dos efeitos não seja imediatos. É o caso da política de por cada dois que sairem só entra um e o caso dos excedentários. No primeiro caso há que esperar porque é precios pragar aos pensionistas e no segundo também porque eles podem manter-se na fp mesmo acumuilando com o privado.
Há também o aumento da idade da reforma e a redução de alguns privilégios relativos aos fp, no activo e reformados, medidas que também só no futuro terão efeitos.

Em relação ao descongelamento e progressão julgo que inicialemnete tinha sido prometido logo a partir de 2007. E se há alguma folga pela redução no défice não vejo porque não se há de corrigir medda tão injusta e gravosa, só admissível em casos de força maior.
Enfim, é-se preso por ter cão e por não ter.
 
não meu caro, aqui ninguém é preso.
o princípio do congelamento das carreiras, do aumento da produtividade da função pública (fp), a criação de excedentários, a aplicação do simplex deveria tornar evidente que a despesa com o estado devia ter diminuido ao fim destes 2 anos.
o que vemos?
o contrário!
ou seja, não foi por causa dos salários da fp que o défice foi controlado. o que interessa agora é dizer que é possível descongelar carreiras, por oportunismo político. 2009 é daqui a dois anos, é importante começar a agradar desde já, para se conseguir a maioria absoluta de novo.
se como esperamos, a despesa do sub-sector estado começar a diminuir (eu só vendo é que acredito), porque não pensar em défice nulo, ou até, conseguir excedente orçamental para o ano seguinte - algo extremamente comum em vários países.
Porque raio é que os ministérios terão sempre que gastar todas as verbas previstas?
Em tempos trabalhei com orçamento controlado e em várias rubricas não gastei nem 1/3 do previsto. Foi o fim do mundo. Caso me obrigaram a conseguir despesas nos últimos dias, de forma, a manter a verba em aberto para o ano seguinte. Fui inflexivel. No ano seguinte orçamentamos aquelas rubricas, em função do histórico do ano anterior e conseguimos a execução orçamental, sem problemas.
A lógica do orçamento é esta gastar, para assegurar a verba para o ano seguinte.
Se em dois anos conseguiram, no total melhorar os gastos do estado em 3,87%, porque não continuar por mais dois anos e atingir valores óptimos e aí sim, baixar impostos de todos os PORTUGUESES (IVA e IRS)e não continuar a atribuir regalias apenas a alguns?
 
"o que vemos? o contrário!"

Como é que vês isso?

"porque não pensar em défice nulo,
ou até, conseguir excedente orçamental para o ano seguinte"

Acho que isso se deve ao facto de que o Estado deve estimular a economia, fortalecer o poder de compra, criar novas estruturas, investir. Mas são múltiplos factores como tu sabes que estão relacionados com o défice.Também acho que neste momento o grande problema não é o défice mas sim a economia e por arrasto o grave problema desemprego. Mas, não sou economista ...
Penso que o IVA deve ser baixado pelas razões, uma vez que foui prometido fazê-lo se houver folga orçamental.
Senão qualquer dia ficamos sem cinta.
 
Tradução do discurso político

"Essencial é dotar a administração de um novo modelo de gestão..." - até aqui tudo bem
"...que permita gerir melhor os recursos,..." - despedir quem nos apetecer
"...com alteração de regimes de vínculos das carreiras..." - criação de supranumerários e reformas obrigatórias
"...maior flexibilidade de gestão e avaliação dos serviços e das chefias" - tachos para os amigos

Isto é tudo uma palhaçada!
Não há político que fale a verdade.
Fazem todos parte da mesma carneirada.
E nós é que andamos aqui a dar o coiro e cabelo, para meia dúzia de empresários e políticos andarem de mercedez e hóteis 5*.

Viva a Revolução
 
caro rb: "o contrário" significa que a despesa pública aumentou 4% - n.ºs oficiais.
o investimento público é sempre o grande culpado de tudo e o que se vê, de alguns anos para cá, é que as verbas são cada vez menores - n.ºs oficiais.
como vês não é por aqui que tens defesa, os números são abstractos mas, significativos quando se sabem ler.
isto não vai de intuições.

caro gaspas, o problema continua a residir nesse ponto fulcral, a administração pública! ou seja, os empregos criados para a clientela partidária
 
Eu continuo a acreditar, que enquanto não se reduzir regalias aos políticos sem competência, e aumentar salários, a quem tem bastante competência (refiro-me aqui ao ex-director geral da finanças - Paulo Macedo), jamais a despesas do estado reduzirão.

Esta é a única forma de incrementar a produtividade no Estado.
 
ora aí está!
o dedo na ferida. ou melhor, dois dedos: um nos políticos e outro num dos obreiros do controlo do défice: Paulo Macedo (o outro é o actual Ministro das Finanças, Teixeira Santos)
 
""o contrário" significa que a despesa pública aumentou 4%- n.ºs oficiais"

Guerra: Insisto: onde é que isso está escrito?
Outra coisa: embora seja leigo, a redução da despesa tem de ser aferida com o crescimento do PIB. Estás a contar com isso, nos teus números?
A despesa primária reduziu 2,4pp desde 2005 até ao presente.

Gaspas: não se pode querer sol na eira e chuva no nabal ao mesmo tempo, ou seja, não se pode querer reduzir a despesa sem cortar nela, ou seja redizir funcionários, vencimentos, regalias e pensões.

E não me venham com a história dos carros do governo que isso é pura demagogia.

Vigoras: então se calhar o melhor é contratar o Paulo Macedo para PM e pagar-lhe a condizer?
 
rb: lê isto até ao fim. não te impressiones com o nome do homem. ele é economista e ao contrário de nós, sabe do que está a falar. vê bem os números previstos de aumento da despesa pública no OE de 2008 - os tais n.ºs oficiais, não te esqueças que estávamos a falar do OE de 2008 e do resultado de aplicação dos processos de eficácia e redução do peso da função pública.
O que é criticável é este arrepiar caminho, com o descongelamento de carreiras, que faz com que o crescimento da despesa pública duplique em apenas em ano, em valores percentuais.
O que é arrepiante é que apenas alguns serão beneficiados, o que torna evidente a injustiça fiscal, desta medida.
Com o que propus no longo comentário (um qualquer, já nem sei bem qual) é que tendo o défice público controlado, ou seja, com mais 2 anos de sacrifícios, depois das eleições de Fevereiro de 2009, se reduza o IVA (para 16%) e se reveja o IRS / IRC.
E já agora se corrija os vencimentos e as carreiras dos fp.
Assim, todos sairiam a ganhar e não apenas os mesmos de sempre.
Os sacrificados agradeciam.
 
rb: ser um bom executivo, não implica que seja um bom dirigente.
São cargos distintos. E depois tem outra coisa. As pessoas válidas são pagas a peso de ouro. Por isso vez, quem está habitualmente sentado na cadeira do poder. E para que todos fiquem bem, ora agora ganhas tu, ora agora ganho eu...

rg: o Frasquilho fala bem, mas não põe o dedo na ferida, pois essa também mexeria com a "carteira" dele. Enfim, anda ali à volta da questão mas não avança com a solução. São todos iguais...
 
Em tempos idos, o Canadá passou por uma crise económica e financeira profunda... e a solução avançada inicialmente, e muito bem aceite por toda a população, que sentiu na pele, mais do que nós, foi a redução para metade do salário e regalias de todos os políticos do país.
Esta politica, foi no ano seguinte seguida pelo sector privado e publico, tendo a população consciência de que era um mal necessário.

Haja coragem.
 
vigoras, apenas apresentei o Frasquilho como fonte escrita, pois parecia que o amigo rb, estava a duvidar da minha opinião.
eu também concordo com uma reforma de estado e proponho várias aspectos que iriam alterar o conceito de ESTADO:
- eliminação da figura de presidente da república (a mais figura de Estado seria o PM)
- redução do n.º de deputados nacionais para 70 (setenta!), com direito a 1 assessor;
- governo formado por um n.º fixo de ministro e de secretários de estado
- direcções gerais não nomeadas mas, contratadas
- criação de 5 regiões (com limites geográficos idênticos às actuais CCR)
- criação de parlamentos regionais com apenas 10 deputados (sem assessores)
- redução do n.º de concelhos, fusão ou extinção de autarquias com menos de 15.000 moradores (eleitores), independentemente da área geográfica
- redução do n.º de freguesias com menos de 2.500 habitantes

os vencimentos apropriados ?
 
Guerra,
Agora obrigas-me a ler Frasquilhos??!! Por amor da Santa.
Mas lá teve que ser. Foi bom porque ainda deu para o apanhar a dizer aquilo que eu queria e já tinha dito aí em cima:

"É verdade que a despesa pública, a despesa pública corrente e a despesa corrente primária (para só referir os agregados da despesa mais importantes) continuarão, de acordo com as previsões do Governo, a descer em percentagem do PIB em 2008 – e isso é, inegavelmente, positivo."

Se bem percebo, é este o critério que o BP e as instâncias internacionais financeiras e económicas utilizam para aferir se a despesa sobe ou desce.
Mas tu e esses Frasquilhos que andas a ler (meu Deus! não era este senhor e o M&M que queriam descer os impostos, contra opinião de todos os economistas sérios?), não querem saber disso para nada.
Um nota final: desde o tempo do Cavaco que não se via um governo a descer o défice e com orçamentos tão rigorosos (não se viram rectificativos em 2007, pois não?) e sem recurso a receitas extraordinárias. Se há alguma coisa de bom que este governo tem é concerteza o trabalho rigorosos e meritório do ministro das finanças (mesmo com a ajuda dos Macedos) e no entanto ninguém o reconhece. Porque dizer mal do governo é que está na moda. É por isso que eu digo: É-se preso por ter cão ...

Vigoras: então o PM não é um executivo?
 
o controlo do défice no tempo do Cavaco não era obsessão. penso que na época a inflação era controlada e o défice era elevadíssimo. a moeda Euro é que mudou as regras do jogo.
 
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