Halloween
Uma noite há muitos, muitos anos fui a Ovar ao Dia das Bruxas, ou melhor, à noite. Mais parecia uma noite de Carnaval, do que de Halloween. Algumas máscaras a condizer, os tradicionais equipamentos das escolas de samba e música daquela época.
Tudo isto na antiga Rainbow. Preparava-me para ir embora, dirigindo-me para a entrada, quando à minha frente surge um fulano, com uma meia na cabeça. Achei piada ao seu disfarce e olhando melhor reparo numa arma, espingarda. Não tive tempo de qualquer reacção, o fulano dispara a arma para o tecto, apercebo-me que na recepção também se ouvem tiros.
O “people” desata aos gritos, confusão generalizada. Feito curioso vou na mesma na direcção da recepção, sem ter percebido muito bem que se tinha tratado de um assalto.
No guichet onde se efectuava o pagamento, uma senhora tinha sido atingida no peito, não directamente mas de um tiro perdido em ricochete. Pouco sangue, portanto. A mulher numa frieza incrível, aceitou o meu pagamento e saí para o exterior. Nessa altura chegou a GNR (provavelmente ainda num lendário jipe Land Rover, ou UMM). Diligências habituais e alguém indica que os assaltantes foram em direcção à Torreira. Provavelmente seria fácil apanhá-los. Que não, nunca mais!
Vim a descobrir que os assaltantes seguiram num FIAT 127 e não me recordo bem, se o carro tinha sido descoberto antes da ponte da Varela, ou se a seguir já para os lados de Estarreja, fiquei com a ideia de que o carro tinha sido encontrado avariado, ou provavelmente sem gasolina.
Portanto, se um dia virem um fulano mascarado com uma meia na cabeça, desconfiem que se trata de um assalto e não de qualquer brincadeira alusiva à época de disfarces.