escrita irregular
sexta-feira, setembro 21, 2007
  Olha não saiu!!!!
Esta foi reacção inicial quando li o jornal e não encontrei o texto publicado.
Algo de estranho se passara. Acedi à caixa de correio, que utilizo apenas para enviar mensagens para o Labor e tinha uma mensagem precisamente do Jornal, pedindo-me que ajustasse o texto enviado à quantidade máxima de 4.000 caracteres, espaços incluídos.
Fiquei incrédulo. Depois de ter escrito o texto (deu-me algum trabalho), de o ter enviado, dizem-me que tenho que o cortar, pois para efeitos de paginação os textos de opinião devem ter o tal máximo de caracteres.
O bom senso fez-me ficar calmo. Não pegar no texto e "escreve-loassimtipoJoséSaramagoouseriaLuisStauMonteiro?".
Detesto falta de considerações, detesto tratamento despersonalizado.
Pura e simplesmente um texto depois de escrito não pode ser cortado e ajustado a medidas. Obviamente se fosse informado previamente, já saberia a quantidade de palavras, o tamanho destas e o número de espaços que poderia digitar.
Cortar um texto já escrito, é como pegar no autor e amputar-lhe os membros, ou decepá-lo ou tirar-lhe o coração.
A jornalista que me sugeriu que o fizesse não me conhece, senão saberia que para mim a escrita é a forma de manifestar a minha anarquia. Só me sujeito a regras ortográficas, gramaticais ou de semântica. Jamais aceitaria que controlassem a minha escrita consumada por n.º de caracteres. As ideias transformadas em papel não são números.
Dado o desaforo a que fui sujeito, percebo que é tempo de parar com a escrita gratuita. Se querem 4.000 nas condições actuais enviarei 0.000 caracteres. Ficam a ganhar!
Reconheço que ao longo destes dois anos, tenho sido incómodo.
Irreverente e provocador, não só para os políticos locais, como também para as redacções dos jornais, por pesquisar e impor temas, criando alguma agenda, antecipando acontecimentos, levando a redacção a ir atrás de mim.
Acredito na liberdade de expressão e ao sentir esta mudança de regras do jornal, penso que existe algo mais - tenebroso até - para me impedir de continuar a escrever.
Desta forma antecipando uma despedida, em que alguns dos argumentos aqui explicados, serão novamente apresentados - se me permitirem -, termino com este ciclo na imprensa escrita.
Esperando que compreendam,
Rui Guerra

PS. Como o texto era extremamente patriótico, esta atitude do jornal, há uns anos atrás, teria sido considerado uma afronta "esquerdista". :)
 
Comentários:
Não estarás a ser um pouco exagerado?
Parece-me perfeitamente legítimo que eles exijam um mínimo de caracteres para artigos de opinião. É claro que te deviam ter dito antes mas era uma exigência expectável.
E também custa-me a crer que te tenham imposto essa limitação por causa do teor dos teus textos, até porque o Labor não é propramente um alinhado do poder.
 
A desconsideração é grande para quem escreve regularmente para o jornal.
Parece-me obviamente falta de cortesia, depois de um colaborador apresentar um texto, pedir-lhe para o cortar e ajustá-lo para a medida pretendida.
Não terem procurado, durante o tempo de fecho de edição, outra forma de contactar-me é uma desconsideração.
Não terem ainda assim publicado o texto, fazendo-me posteriormente o aviso que não fizeram previamente, o que seria o aconselhável pelas regras da boa educação, é uma afronta. Quanto mais não fosse pela ligação de 2 anos (!) de artigos.
Por tudo isto, compreendo que mais uma vez queiras discordar comigo, que não concordes com o que escrevo neste meu manifesto pessoal.
Sou levado a admitir, sem qualquer digamos arrogância, que se alguns textos eram banais, outros destoavam do restante conteudo do jornal. Isso em qualquer sociedade Portuguesa não é admitido.
Por vezes somos incómodos não apenas para o poder mas, para o contrapoder.
Os jogos entre ambas as forças são por vezes incompreensíveis ao comum dos mortais, ao comum do cidadão.
Se eu me calar quem ganha com isso?
Eu sei quem perde, os leitores que procuram algo mais que a informação oficial divulgada pela CMSJM.
Por tudo isto, peço-te em nome da amizade que construímos um pouco mais de respeito pelos meus sentimentos.
Obrigado.
 
Se interpretas o meu comentário como um desrespeito pelos teus sentimentos, só posso é pedir-te desculpa e dizer-te que não foi essa a minha intenção.
Admito que me tenha precipitado (é o mal desta nossa "blogada") mas so disse aquilo que me pareceu, porventura errado e infeliz.
E disse-o porque eu também já me aconteceu escrever para o jornal local e eles chegarem ao ponto de encurtar-me o texto, de o não publicarem sem qualquer satisfação e até de o alterarem. É a imprensa que temos. Claro que sendo tu um colaborador com essa antiguidade e com essa generosidade merecias mais respeito.
O resto, foi porque não me parece que a linha editorial do Pedro silva seja contra a CMSJM. Aliás, tu sabes disso.
E eu não quis, de maneira nenhuma, menorizar o valor da tua escrita, pois, como tu sabes, sou leitor assíduo e muitas vezes tenho apreciado e incentivado os teus artigos de opinião.
Mas volto a dizer, desculpa, se me interpretaste dessa forma não era essa a minha intenção.
E embora eu seja um "discordador" por natureza (outro reflexo da blogada) não o faço nunca em termos pessoais. É por vício.

Um abraÇo
 
um abraço.
 
Lamento mesmo! deves estar magoado e revoltado com tudo isso...
 
...sobretudo porque tinha gosto naquilo que fazia!
 
Tens toda a razão amigo RG!
Manda-os fod...!!!
É pena que todos fiquem a perder com esta atitude, os leitores, o jornal, a liberdade e diversidade de opinião e tu que tanto prazer tiravas dessa colaboração.
Outras oportunidades surgirão concerteza.
1 grande abraço
 
Gosto de ti pelos laços familiares, mas LEVANTO-ME E APLAUDO-TE pela escrita, pelas atitudes e pela LIBERDADE COM QUE VIVES A VIDA E A ESCREVES.
E sabes o que mais me emocionou nos nossos Lobos?Mesmo na derrota, sairam sempre de cabeça erguida e orgulhosos...fosse esta a maneira de estar, noutras modalidades...
 
não te preocupes amigo gaspas!
é o que farei, com letras diferentes daquelas que faltam para completar o verbo.
a seu tempo voltarei à escrita local, penso eu.
A LIBERDADE não "deixou de andar por aí", pois não?

Cara Vareira, a atitude dos Lobos devia ser extensível a todas as actividades da nossa visa, não apenas às desportivas. Essa é a grande mensagem do quinze português.
 
caro amor da minha vida,
não desperdices os teus talentos nem a tua energia com quem não te merece. aquela terra apenas te viu crescer. foi depois de muitas "Viagens..." que te tornaste maduro.
preserva-te
 
são raízes difíceis de cortar...
devagar vai-se escavando e "podando"
1 beijo
 
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