escrita irregular
sexta-feira, julho 20, 2007
  Genética
Em pequeno, quando a minha mãe se queixava dos defeitos dos filhos, havia sempre alguém que nos ilibava de tudo. O meu tio António, irmão do meu pai, assumia todos os nossos defeitos. Nunca percebi se para proteger o meu pai, ou se realmente acreditava possuir, ou ter possuído, essas particularidades. Se não tomavámos banho, ele dizia "saiem a mim", se não comíamos ao almoço, nem ao jantar, a resposta era a mesma, "saiem a mim" e por aí fora.
Não raro, revemos nos nossos filhos, as nossas imagens, positivas ou negativas. Semelhanças físicas, comportamentais e outras coisas do género.
O meu filho interrogou-me sobre uma passagem para um terraço na casa do meus avós, actualmente dos avós dele, meus pais, na Rechousa. A dúvida dele era exactamente igual à que eu com os mesmos anos mantive por algum tempo. Estas coincidências, mais o gosto que ele tem de trazer pedras, paus, penas de gaivota (paus de gelado por enquanto ainda é um exclusivo do pai) para casa, fazem-nos acreditar na herança genética. A mim filha não come nada de jeito, aqui o rapaz até aos 9 anos, só comia bolachas e de vez em quando carne.
Mais do que ser do Benfica, por o pai também o ser, a genética explica muita coisa. O exercício mais fácil é verificar nos descendentes traços pessoais.
Agora façam o exercício ao contrário, observem os traços ou atitudes, mau comportamento dos filhos outros e pensem nos respectivos pais!!!!
É horrível!
Quando os nossos filhos tem um comportamento de péssima educação, estão a revelar-nos?
A educação, a simpatia escondem muita coisa. Ou pelo contrário, a genética não explica tudo, ou só se justifica em relações descendentes?
 
Comentários:
Não só a genética os explica. Os hábitos, a observação implacável por parte dos filhos, e sobretudo a recorrência de transportar a nossa infância, os mesmos locais visitados, os esconderijos, o contar de histórias e estórias que os nossos pais e avós nos contavam, fazem dos filhos um espelho dos pais.
 
gosto do teu regresso.
não explico tudo pela genética, acredito mais nos estímulos e nas tradições familiares, como forma de incentivo. no entanto, o caracter vai-se formado não só por casa mas, pelos outros contactos e quando surgem semelhanças com dúvidas semelhantes às nossas, ou revemos alguns comportamentos nos nossos filhos, somos levados a acreditar na genética.
tudo o que há de errado com os meus filhos eu assumo, prefiro seguir os ensinamentos do tio António...
 
a genética é f... e não vale a pena fugir dela! é como a sombra.
o melhor é olhar muito em volta, de forma crítica e auto-crítica, vendo novos modelos e sem negar à partida as diferenças.
viver é uma aprendizagem constante. educar torna-nos profissionais nessa aprendizagem.
boa sorte a todos os pais e a todas as mães, como eu.
a propósito, há um livro que mudou a minha vida que se chama "famílias e como (sobre)viver com elas", os autores são R. Skiner e John Cleese (o comediante, mesmo). é uma conversa entre os dois simplesmente revolucionária para mentes mais calmas. leiam
 
vou acrescentar à lista de livros de verão! será desta que o leio?
 
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