escrita irregular
segunda-feira, julho 02, 2007
  AL
Um pouco mais de discussão sobre o novo aeroporto.
A sondagem publicada neste dia indica que 1/3 dos Portugueses preferem a solução Portela+1.
E menos de 9% optam pela Ota.
Não há dúvida acerca do desfasamento do governo com a população.
 
Comentários:
Sim, e se se fosse a fazer uma sondagem à cerca de muitos outros temas da governação, esse desfasamento até podia ser pior.
Da minha parte, espero que o governo não se deixe condicionar por sondagens e sim por aquilo que entende ser a melor solução para o país.
Pergunto: o que é que os inquiridos sabem sobre a necessidade de construir um novo aeroporto e sobre a sua melhor localização?
 
bom senso, meu caro, bom senso.
ninguém sabe responder tecnicamente mas, os números do investimento falam por si. Num país pobre e em dificuldade para controlar as contas públicas, o português considera que a melhor opção é gastar pouco e ficar bem servido. Somos espertos, não?
 
Neste país ou se é ditador e se tem pulso de ferro, ou jamais se fará qualquer coisa.

Exemplos disso, são:
- as apregoadas mexidas nos beneficios dos políticos;
- as famosas gravuras em Foz Côa, a inexistência da barragem, iria trazer benefícios à região. E trouxe, o deserto estendeu-se para além da margem sul;
- o novo aeroporto da Ota. Com a necessidade premente de um novo aeroporto, que tanto falavam, vamos chegar a 2014 e ainda a discutir a melhor localização.

Será que é preciso candidatar-me?
 
amigo vigoras, fazer por fazer não me parece bem - CCB, Euro 2004 e um pouco da Expo 98 são exemplos de um certo despesismo desnecessário.
Quanto à tua intenção de avançar, estou contigo, tens o meu voto.
um abraço.
 
Guerra,
Se tu me dizes que para decidir construir um aeroporto nos basta o bom-senso, patente em sondagens de opinião telefónica, não sei que te diga. Para mim, é preciso outro tipo de argumentos técnicos e políticos.
A já foi estudada e há estudos que dizem que a manutenção da Portela não é viável, porque não tem capacidade de expansão.
É claro, podemos até, se calhar, nem fazer aeroporto nenhum (isso é que era poupar dinheiro!), só que no futuro essa poupança pode-nos sair muito mais cara. Além disso trata-se de um projecto que terá um grande apoio financeiro da UE que doutra forma se desperdiça. O CCB, quando foi construído toda a gente dizia que era mais um elefante branco e hoje ninguém põe em causa a sua utilidade.
Eu, francamente, não sei qual é a melhor opção para o país, pois, não conheço nem domino os estudos. Vejo que é uma matéria que divide os técnicos e agora, por mero oportunismo fajuto do PSD, também divide os políticos.
O que falta, no meio disto, é a coragem política de decidir e de assumir-se a decisão.
O que eu acho extraordinário é que agora (muito por culpa da indecisão do governo) todos se arvorem em grandes especialistas aeroportuários e afirmem que o melhor é isto ou o melhor é aquilo.
Enfim, por este andar ainda vamos ter de referendar o "AL".
 
Continuo convencido que o despesismo é mesmo a melhor solução.

Falaste do CCB, do Euro2004 e um pouco da Expo98.

Pois bem, contrapondo os teus argumentos, onde está o dinheiro poupado com a não construção da barragem em Foz Côa (nem barragem e seus benefícios nem dinheiro)?
 
Vigoras,
Também é verdade, os grandes investimentos puxam pela economia. Parece-me é que no caso das gravuras não se tratou de poupar dinheiro, mas preservar o património, bem ou mal, não sei
 
A utilidade do CCB está consignada nos próximos 10 anos à colecção Joe Berardo!!!
Mas, não fugindo ao tema do aeroporto. A Portela teve o seu pico mais alto de utilização em 2004, por causa do Euro. A solução encontrada devido à utilização saturada foi desviar alguns voos para duas pistas na proximidade (Figo Maduro e Alverca). Esta solução permitiu receber um número turistas num mês, que só será igualado num ano lá para 2013/14.
A saturação da Portela não é imediata. A médio prazo pode-se equacionar a hipótese de utilizar outra pista, para desvio de voos de low-cost. Poderia ser em vários locais, dentro do perimetro da Grande Lisboa. Imaginas um voo para Lisboa, ser mais barato do que uma viagem de táxi de Lisboa à Ota?
O que custa a aceitar é a prepotência do ministro a todos os estudos, apenas quando entrou em acção a CIP (ou seja, o grande capital) é que o discurso mudou. Se fosse o PSD, ou uma associação de menor importância pensas que José Sócrates cederia? Pois respondo-te que não. Além dos recados de Cavaco Silva, o PS temeu uma mudança de atitude dos empresários (apoiantes desde a primeira hora do PS, contra o desgoverno de Santana).
A política não é assim tão fácil, RB. Mas, usando a técnica do Pôncio Monteiro, garanto-te que em Novembro li palavras tuas a criticar este investimento e o TGV.
Se ainda tens dúvidas, a minha posição é simples deve-se estudar a melhor solução (técnica e económica) e aí tomar decisões políticas. Estou convencido que se o Governo tivesse aceitado estudar (por iniciativa própria, evidentemente) tinha ganho muitos pontos, pois demonstrava transparência, o que seria do agrado de muitos eleitores que votaram PS nas últimas legislativas, grupo no qual me incluo. Agora não sou cego, nem estúpido, coisa que o Ministro das Obras Públicas pretendeu chamar aos Portugueses. Se tivesse decência tinha-se demitido...
 
Caro Vigoras,
O último comentário já ia longo...
Entre despesismo e investimento há uma diferença. Um privado investe para obter retorno ao fim de alguns anos, o estado não. Gasta, ponto final. O que está mal.
É evidente que quem toma as decisões nunca mais presta contas ao país, ao contrário duma empresa, onde os accionistas criticam e exoneram os maus admnistradores. Estou certo?
A última grande barracada nacional - Euro 2004 - foi promovida pelo Senhor José Sócrates Pinto Sousa. 10 estádios de futebol, 2 para divisões inferiores e 3 com médias de assistência péssimas. Salvam-se 5, ou seja, bastava meio investimento.
Nas gravuras é igual. Se analisarmos apenas a vertente financeira foi péssimo.
Mas ainda assim, a diferença de valores de investimento obriga a análises diferentes, não te parece?
Como o interesse público também? Eu podia fazer umas contas de merceeiro. Não se construiu a barragem, esse dinheiro foi aplicado no Parque e o parque passou a gerar receitas. É óbvio que dito assim, parece bem. No entanto, os custos associados ao Parque não são suportados por receitas, dependem obviamente do OE. O erro da barragem (além da péssima divulgação actual) é que obrigou à construcção de outra alternativa - no baixo Sabor. Ou seja, os custos de investimento não ficaram congelados ou submersos com as gravuras.
Poderia ter encontrado uma outra solução - ainda hoje estou convencido que as ausências de Sousa Franco do Conselho de Ministros se deveram a esta posição desse Governo).
Eu ainda não fui a Foz Coa ver as gravuras, passei lá duas vezes por perto - uma vez na estrada - e apesar de saber que um dia entrarei lá, não consigo programar uma ida propositada a Foz Côa. Para mim fica fora de mão e tem péssimos acessos. Só quando houver auto-estrada entre Guarda e Bragança é que valerá a pena a viagem (espero que este ministro não esteja no poder quando ficar decidido o traçado, senão a AE passa por cima das gravuras).
Quem apostou nas gravuras? o moço da Bárbara, ficou com a boca dela como prémio.
 
Olha rui guerra,

O lado positivo do teu apregoado "despesismo" surge o lado positivo do bem estar social de muitas familias se bem que não representam a população portuguesa.

1ª Se não tivesse havido a Expo, nunca teria uma zona oriental de Lisboa tão boa. Recordemos que esta zona poderá servir, entre outras coisas, para o passeio de fim de semana para 30% da população portuguesa, já que foi edificado à sua porta. Eu próprio já fiz, mais do que uma vez, mais de 560 kms para levar lá os meus filhos;

2º Euro 2004, além dos estádios trouxe receitas para muitos anónimos espalhados por este país fora. Veja-se o caso do Hotel na praça, que deve ter sido das poucas vezes que esgotou.... Além disso, conseguiu mexer com 10 milhões de portugueses, levando-os a decorar varandas, carros, e tudo o mais, com a bandeira nacional. Eu próprio aderi à "Luso-euforia", se me permites a palavra. Embora concorde que 10 estádios são/é/foi um exagero;

3º O CCB tem garantido nos próximos 10 anos, na forma de comodato, o museu de arte moderna e contemporânea. Antes isso, do que a colecção Berardo ir para França.

Neste aspecto penso que o nosso futuro, enquanto país, deverá passar, também, pela cultura.
 
Vigoras,
O processo Expo é um fenómeno à parte, trata-se de um caso bem sucedido, em que no geral tudo foi devidamente planeado e executado.
Estou de acordo com o investimento na cultura, embora discorde do investimento à Portuguesa - exemplo Porto 2001, edificio junto ao Mar, apesar de concluido há muito tempo, só em 2007 é que abrirá; requalificação de algumas praças - Carlos Alberto, projecto terminou alguns anos depois sem se perceber o que se pretendia do espaço e em lugar da revitalização, afastou as pessoas.
Pode ser cruel mas, existem países que não estão preocupados com novos aeroportos, com ligações por TGV, com mega projectos culturais, entre outros investimentos públicos.
As preocupações principais estão associadas com:
a) a qualificação de recursos,
b) a modernização do conceito do emprego
c) a captação de investimento
d) redução de despesas do estado
e) consequente redução de impostos

Esses países não ficam distantes de Portugal, o melhor exemplo que se pode dar é a Irlanda.
Enquanto o pensamento em Portugal for o da desculpabilização pelos erros e má estratégia dos governos, o país ficará hipotecado.
A mim custa-me que à esquerda as ideias de modernização passem forçosamente por investimentos públicos de interesse duvidoso, o que representa o pior lado do PS.
 
Guerra,

Só duas três pequenas notas (género Fernando Seara, já que tu fizeste de Pôncio), para reconhecer que em 24-10 (é verdade, fui ver os arquivos e está lá) eu disse que se o PS abandonasse de vez os projectos faraónicos do TGV e da OTA retiraria de vez o tapete à oposição. A minha desculpa é que, entretanto, muita coisa mudou e existe hoje outra consciência da necessidade e da inevitabilidade destes projectos. Esse juízo depende, no entanto, de uma série de variáveis que eu não domino. Sou apenas um comentador diletante e portanto, irresponsável.

A outra nota para dizer que não é verdade que antes tivessem sido apresentados outros estudos ao ministro além do da CIP. Além de que foi o PR quem ajudou a criar a alternativa de Alcochete (cooperação estratégica ...).

A terceira para dizer que a solução Portela + 1 só agora é que é defendida acérrimamente por causa das eleições em Lisboa e com o intuito de encalacrar António Costa.
 
Não disponho de muito tempo...
Desculpas à parte, o processo Portela+1 poderá ter ganho outro significado devido às eleições intercalares, contudo, teve sempre importância e foi defendido anteriormente ao período eleitoral.
Reforço a ideia, devia ser consagrado em estudo - até poderia ter sido a grande bandeira de António Costa e com isso teria ganho a CML com maioria absoluta, duvidas?
 
Duvido, claro que duvido. A esta hora estarias tu a acusá-lo de vira-casaca e de defender uma coisa enquanto estava no governo e agora defender outra só porque é candidato a Lisboa. Não ia faltar quem lhe apontasse tamanha incoerência.
O que me parece da solução Portela + 1 é que os seus argumentos são demasiado bairristas: os lisboetas não querem perder o "seu" aeroporto; o turismo de Lisboa vai sofrer uma quebra, etc.

A Portela já foi estudada antes, não precisa de sê-lo mais.

Depois há aqui outro aspecto: todos os governos gostam de ter a sua obra de regime (infelizmente é assim) e todas as oposições querem o contrário e por isso é que as posições se estremam e não tanto por argumentos sustentados.
 
tens um erro no teu raciocínio, a Portela foi estudada isoladamente. Daí a necessidade de ampliar a capacidade aeroportuária de Portugal. A solução +1, pode satisfazer as necessidades de Portugal e pode alavancar o turismo do país.
Agora essa de eu chamar vira-casacas a alguém, é engraçada! Logo eu, que constantemente admito erros e um dos aspectos que mais gosto de observar em alguém é a sua capacidade para lidar com situações do género.
Só queria fazer mais uma pergunta, se fosse o PSD no governo a tomar tamanhas medidas a tua posição era idêntica?
Olha que vai ficar registado no arquivo do Pôncio!
 
Eu, como leigo na matéria, e de uma forma empírica, entendo que nem sequer se devia construir um novo aeroporto, só com o objectivo de incrementar o turismo.

Se Portugal não tem, nem espera ter opções para incrementar o turismo, porquê aumentar a porta de entrada, se não será utilizada.

Vamos aproveitar o que existe, e desviar o resto para Faro e Porto. Há sempre a hipótese de se aproveitar as bases militares na margem sul (vulgo, deserto).

Vamos gastar dinheiro no novo aeroporto, para servir os espanhóis da estremadura. Investimentos na cosntrução do Alqueva, e "demos" os terrenos à volta aos Espanhóis, para eles construirem a seu belo prazer.

Vamos construir uma linha do TGV que passe por Aveiro. É que a praia da Costa Nova, é a praia mais próxima de Madrid.

Vamos, continuem com esse despesismo...

Post-scriptum (vulgo, P.S.) - só para não molestar o rui guerra, pelas iniciais do post-scriptum, não fosse entender isto, como publicidade camuflada. - Registo com apreço, o facto de teres dado a mão à palmatória numa das tuas bandeiras iniciais de "combate" - Expo98.
 
"a tua posição era idêntica?"

Mas qual posição, Guerra? Já te disse que sobre isto não tenho conhecimentos bastantes que me habilitem a ter uma posição definida sobre o assunto.
O meu bom-senso (ignorante) diz-me que seria preferível construir um aeroporto de raiz e criar uma nova cidade aeroportuária em vez de uma solução do tipo remendo.
O que me incomoda é ver tanto "especialista" na matéria, que apenas por mera chicana política (não digo que seja o teu caso) defendem agora a Portela + 1.

Ao teu arquivo, posso garantir que ninguém me ouviu criticar o PSD quando defendeu a continuação da opção da OTA e o Santana Lopes até foi pedir apoio à UE para a OTA.

Sobre os seguidismo de que me acusas, respondi-te no meu blog porque lá isso não podia passar em claro.
 
e termina assim um episódio atribulado deste blog.
Foi uma sessão de comentários riquíssima, troca de impressão nada portuguesa, com fugidas várias aos consensos. Procuramos acima de tudo manter um certo humor e não entrar no insulto fácil.
Da minha parte gostei, espero que os restantes comentadores também e todos os outros leitores tenham ficado esclarecidos.
Entretanto, vou preparar alguma coisa diferente.
Até já.
 
Já calcei as luvas.

Fico a aguardar o próximo...
 
Da minha parte é sempre um prazer trocar ideias contigo e a divergência é saudável. E este comentário também serve para chegar aos 20! Até à próxima.
 
caros quase políticos
eu, enquanto um/a dos/as 500 000 condenados/as deste país ao desemprego, com apresentações regulares à junta de freguesia local que demorou 3 meses para perceber se era útil ou não o meu trabalho como psicóloga voluntária (com 10 anos de experência diversificada), não percebo nada daquilo de que falam.
espero que algum dos investimentos dos nossos caríssimos políticos no activo, empregados e sortudos!, criem oportunidades para os nossos filhos e que o aeroporto novo não sirva apenas para as viagens dos nossos emigrantes... não sei quando serei uma utilizadora do mesmo mas, por este andar, é bem provável que o faça uma ou duas vezes por ano para visitar a família!
 
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