100 anos Hergé
Hergé, criador do herói de BD Tintin, nasceu precisamente em 22 de Maio de 1907.
Escrever sobre
Hergé é falar sobre
Tintin.
Tintin o herói, Tintin a revista de Banda desenhada que chegava pelo correio.
Vou começar por aqui.
Não me lembro bem em que dia chegava. Penso que seria à sexta - feira. O meu Pai trazia o correio, que o carteiro deixava na caixa respectiva e havia uma corrida pela leitura em primeira mão da revista, de periodicidade semanal.
Ali segui várias histórias de vários autores e de vários heróis. Lia-as vezes sem conta. O seguimento semanal ficou como a melhor recordação:
o que vai acontecer?
como seguirá? consegue-se salvar o personagem, ou os personagens?
era uma semana (de repente fiquei na dúvida se seria apenas uma semana) em suspense. Uma expectativa curiosa.
Recordo-me do encanto que foi seguir alguns livros de Tintin por fascículo: O segredo do Licorne, o Tesouro de Rackham o Terrível, Tintim no País do Ouro Negro, Sete bolas de Cristal, o Templo do Sol, entre outros.
A devoção por este repórter ficou para sempre.
Já adulto decidi-me a completar pela enésima vez a colecção de livros. Um a um, outras vezes dois de cada vez. Comprei-os todos excepto um, o incompleto
Alfh-art. Para os mais entendidos é fácil perceber porquê. Para os outros eu explico. Este foi o último livro que Hergé começou e não acabou, no qual Tintin seria colocado num Museu, ou seja, terminado e isolado das aventuras que o caracterizaram. Não podia ser.
Qualquer dia compro-o, eu sei.
Mais tarde comprei os videos. Adaptações felizes, com ritmo e mantendo o interesse da história original. Lembro-me de ver o meu sobrinho Tiago, com os seus 8 anos, a seguir assustado a entrada em cena da múmia Inca, em As Sete Bolas de Cristal.
Lá em casa a devoção ainda não teve seguimento. As legendas são muito rápidas mas, mais um ano ou dois e os meus filhos não escapam às Aventuras.
Até porque os princípios de Tintin são óptimos para transmitir aos filhos. Não fosse ele inspirado no lado de escuteiro de Hergé.
Do universo de personagens criados por Hergé, destaco obviamente Capitão Haddock -
fique descansado, não me esqueci!
O que eu me ri graças a ele, ao longo destes anos.
Dos livros, o meu favorito é a Ilha Negra. É uma aventura fantástica, com uma sucessão de acontecimentos, imprevistos, que levam o leitor a interessar-se plenamente pela história e a só fechar o livro, quando este termina. Além de que Tintin, praticamente sozinho, apenas com a ajuda de Milou, consegue resolver todos os problemas.