Idade da Inocência (8)
Há 4 anos nasceu a Ana Luísa, mais conhecida como Luísinha.
Nestes 4 anos fiquei proibido de ter pesadelos. Quando os sonhos se tornavam pesados e realmente ficava assustado, um choro sufocante, surgia no silêncio da noite. No outro quarto a minha filha gritava, agoniada. Por isso, evito ter pesadelos para não a assustar de noite.
E que noites!? Em praticamente todas, muda de cama e de quarto, ouve-se uns passos, a porta a abrir com força e lá entra a D. Luísa a correr pelo quarto até se aconchegar junto à Mãe. Em férias, acorda cedo com os passarinhos, no tempo de escola deixa-se dormir, esperta. Aliás, passo muitas manhãs de fim de semana, a brincar com ela à espera que os dorminhocos lá de casa acordem.
Mas, a grande afinidade entre pai e filha é o gosto pela rua. Em qualquer lugar, quando se a convida para ir à rua, vai logo buscar o casaco. Ficou alguma coisa de nascença além da tendência genética para a asma. É claro. Se estão à espera de alguma analogia com o ritual índio, já descrito no aniversário do Manel, para a Luisinha a primeira visão proporcionada do mundo foi precisamente... a rua.
Árvores, casas e estradas - assim defino a rua.
Tímida, quando o à vontade é reduzido, alegre e bem disposta quando se sente segura, a Luísinha preenche os dias da paternidade, tal como o Manel. A cumplicidade dos dois é curiosa e o "Maninha", com que o rapaz se dirige sempre à irmã é enternecedor.
Agora é tempo de festejar...
Nota: Não me esqueço, que precisamente nesse dia casaram Susana e Paulo, por isso, envio daqui os meus parabéns pelo aniversário de casamento. Um abraço.