escrita irregular
segunda-feira, março 12, 2007
  Madrid
As viagens ao abrigo de negócios têm um inconveniente, não controlamos o nosso tempo. A hora do voo de regresso condiciona o tempo que resta livre e por vezes, vemo-nos e desejamo-nos fazendo horas nos aeroportos para o início do check-in, ou por vezes em zonas pouco nobres de cidades cosmopolitas, acercadas do nosso imediato destino final.
Em Madrid não foi assim.
Após 2 noites mal dormidas, com boa mesa e companhia animada, a actividade proposta terminava no final de uma tarde. O voo era apenas à noite e sobravam um par de horas, que nos permitiria aproximarmo-nos do centro da cidade. Oportunidade para uns comprarem as lembranças para entes queridos, outros para ver o pulsar de uma cidade.
Numa qualquer rua, cujo nome nunca soube, perdi o meu olhar pelos transeuntes. Uma sensação fantástica de ver passar carros, pessoas, num dia abafado de Maio, ainda que encoberto.
Na minha contemplação senti-me observado. Mirando em redor, vi uma cara fantástica, com uns olhos igualmente belos a fixar-me. Uma elegante rapariga, bem vestida, não desviou o olhar e eu por uma única vez, perdi a vergonha, continuei a apreciá-la. Sorri, num sorriso meio tímido, sem saber se seria correspondido. A elegância da minha observadora transbordou com um belo sorriso, que faria perder o controlo a qualquer um.
Afastados uns passos no passeio, eu encostado ao edifício, ela na beira do passeio, esperando um táxi. Uma curta distância e uma separação tão longa. O objecto esperado aproximava-se. Teria que decidir. Dava os passos, entrava no táxi, ou então, impedia-a de entrar, de forma educada e cortês. Ou pelo contrário, ficaria onde estava e sonharia.
A decisão teria de ser rápida, tinha que ponderar entre a desconhecida, a aventura, o permanecer na grande cidade, o perder o avião e faltar ao trabalho nos dias seguintes e do outro lado da balança, a possibilidade de desilusão, a incerteza do momento, o regresso à vidinha cumpridora e monótona.
O táxi parou. A porta abriu-se. Um último olhar entre dois seres cruzou aquele passeio. Um novo sorriso. O corpo elegante desapareceu no interior do automóvel. A porta fechou-se e o carro arrancou logo. Não tive tempo para ver se a cabeça ainda se voltou. Outros carros taparam-me a visão.
Uma voz chamou-me à realidade. “Pensei que perderia o avião!” – disseram-me. Acrescentando, “muito gira”.
Uma mútua e sonora gargalhada, pôs uma pedra no assunto.
A vida por vezes, resume-se aos sonhos.
 
Comentários:
"Ganda maluco" ...
 
Grande sonho!
 
Se calhar foi especial por ser assim. Urge pensar como seria!?
bom?
talvez.
 
Olá,Rui!
Há dois trabalhos na Grécia que penso ter algum interesse para ri.
Entras no SÓ VERDADES e nos comentários debaixo para cima, neste momento, claro, aí nos últios 15 no blog (menios) há lá um trabalho que talvez te interees. Ainda no SOVERDADES, mas de cima para baixo, aí entre os 60, 70 comnetários, logo a seguir a um comnetátio teu, há lá outro trabalho interessante, o blog é: (giftaki). Caso queiras lá dar uma espreitadela, dá. Obrigado.
 
Limpámos um bocadinho de um rio, para darmos o exemplo.
Temos lá a reportagem.
 
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