expressões ateístas
A utilização de vulgares expressões como "Valha-me Deus", "Deus nos ajude", "Seja o que Deus quiser", ou "Deus queira", ou até "Graças a Deus" sempre foram evitadas por qualquer não crente, também designado ateu, ou indiferente à religião, sobretudo, quando o assumir da opção não religiosa, era feita com uma convicção fortíssima.
Não raras vezes, dou por mim, no diálogo diário com o pessoal fabril a utilizar este tipo de expressões, que ficam sempre bem nesse contexto, de pessoas de forte crença religiosa.
Considero apenas expressões sem teor teológico, como outro tipo de desabafos: quando os dias não estão a correr da melhor forma, do género "Ó diabo", "Ele anda aqui", além de, no extremo, os habituais palavrões da praxe... mais raros de pronunciar.
Curioso é ouvir a outros, a quem jamais os vi em atitudes religiosas, que se sujeitaram a casar pela igreja, embora contrafeitos por ali estarem, apenas para não desagradarem à respectiva parceira.
Por muito que não queira, soa a estranho. Ou melhor, "não bate a bota com a perdigota". Ficamos na dúvida acerca de alguma reconversão súbita, ou se estamos perante a utilização das "frases feitas".
Como o desespero pode ser grande, o melhor é não dar a devida importância e relevo ao assunto.
Continuar com a indiferença religiosa e usar a linguagem apropriada ao momento é talvez, a melhor forma de comunicação de sentimentos, estados de espírito, de humores ou de vontades.
Assertividade colide com o uso de frases feitas mas, quando o receptor espera ouvi-las temos que as utilizar.
O pior é quando nos agradecem um favor, efectuado espontaneamente sem esperar nada em troca, usando aquela velha expressão "Deus lhe pague"...