Estava à espera
A ministra da Cultura
afirma que "as cidades não se renovaram pela cultura".
É certo que não.
No balanço das actividades das capitais da cultura, havia sempre uma lamentação com o tipo de programação, o problema da divulgação atempada e o acerto entre espectáculos e a procura do público. Se cidades com existência de espaços culturais, com mais público, têm dificuldade em gerir alguns desses equipamentos, o que dizer de Coimbra e Faro.
A renovação dos espaços culturais foi importante em cidades como Viseu, Guarda e Braga, para citar alguns bons exemplos.
Não percebo como é que Guimarães poderia ser candidata a alguma coisa há alguns dias e agora apresentado o OE 2007, não haverá mais capitais culturais.
O desinvestimento na cultura será acompanhado pelas autarquias, certamente.
A renovação de mais espaços culturais terá uma dificuldade acrescida. Embora não vital, nalguns casos.
O problema maior será a programação, que limitar-se-à a festas comemorativas e pouco mais - com cartazes sem ponta de interesse e nalguns casos semelhantes a anos anteriores, ou a terras vizinhas.
As autarquias devem procurar parceiros estratégicos na área cultura, entregando a programação a quem percebe do assunto. Parcerias de âmbito nacional, para projectar bons espectáculos, com a componente de retorno financeiro assegurada.
Não é fácil mas, existem bons exemplos de gestão do pelouro da Cultura em determinados concelhos, envolvendo a população, em actividades que transcendem o próprio limite geográfico do mesmo e projectam-nos para uma dimensão nacional.
O melhor exemplo está aqui em Santa Maria da Feira.